sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Papel de Arquitetos e Engenheiros enquanto Profissionais da Área Técnica

Considerando que:
A – A Lei Federal n.º 5.194/66 que estabelece e regulamenta a profissão de Engenheiro, Arquiteto e Agrônomo, não faz distinção entre estes profissionais, dando a eles o mesmo tratamento legal e conselho (sistema CONFEA/CREA´s) para regulamentação e fiscalização da atividade profissional destes;
B – A Lei Federal n.º 4.950-A / 66 e a Resolução do CONFEA n.º 397/95 que estabelece e regulamenta o salário mínimo destes profissionais sem fazer distinção entre os mesmos, dando um tratamento isonômico a todos, sem distinção;
C – As atividades dos profissionais de Engenharia e de Arquitetura tem a seguintes características definidas pela Resolução do CONFEA n.º 218/77, em seus artigos 1.º, 2º, 7º e 21 que explicitamos resumidamente abaixo:
  • Atividades Específicas dos Arquitetos e Urbanistas (Art. 2.º e 21):
  • Edificações;
  • Conjunto Arquitetônico e Monumentos;
  • Arquitetura Paisagística e de Interiores;
  • Planejamento físico, local, urbano e regional;
  • Desenvolvimento Urbano e Regional;
  • Paisagismo e Trânsito;
  • Seus serviços afins e correlatos.

  • Atividades Específicas dos Engenheiros Civis (Artigo 7.º):
  • Edificações;
  • Estradas, pistas de rolamento e aeroportos;
  • Sistemas de transportes, de abastecimento de água e de saneamento;
  • Portos, rios, canais, barragens e diques;
  • Drenagem e irrigação;
  • Pontes e grandes estruturas;
  • Seus serviços afins e correlatos.


Como se pode perceber existe entre as profissões de Engenharia Civil e Arquitetura um elo de união, grifado nas tabelas acima – “Edificações”, que legalmente ambos têm as mesmas atribuições, e que coincidentemente, é a principal área de atuação destes profissionais;
D – O Artigo 25 da Resolução do CONFEA n.º 218/77 diz literalmente o seguinte: “Nenhum profissional poderá desempenhar atividades além daquelas que lhe competem, pelas características de seu currículo escolar, consideradas em cada caso, apenas, as disciplinas que contribuem para a graduação profissional, salvo outras que lhe sejam acrescidas em curso de pós-graduação, na mesma modalidade”.

Assim, sugerimos que não haja diferenciação de qualquer tipo ou discriminação entre as profissões de Engenheiro Civil e Arquiteto quando estes estiverem trabalhando com “Edificações”, os mesmos devem trabalhar unidos para cumprir a função social de suas profissões. E que os cursos de Arquitetura e Urbanismo trabalhem o seguinte rol de conhecimentos na formação acadêmica:

Conhecimentos necessários à boa formação de um Arquiteto e Urbanistas.
A) Noções Básicas e Gerais:
- Línguas: Português, Espanhol e inglês;
- Matemática aplicada à arquitetura;
- Física aplicada à arquitetura (termodinâmica, acústica,...);
- Técnicas de representação gráfica;
- Técnicas de desenho de observação (objetos, pessoas, paisagens, etc,);
- Composição plástica e visual (formas, composição e volume);
- Perspectiva e maquetes (todas as técnicas);
- Sociologia urbana;
- Filosofia e estética da forma e da arte.
B) Conhecimentos de Teoria e História:
- Teorias da arquitetura;
- Teorias do urbanismo;
- História da arquitetura (oriente e ocidente);
- História do urbanismo (oriente e ocidente);
- Arquitetura e urbanismo no Brasil;
- Teoria e história das artes visuais.
C) Conhecimentos sobre as Tecnologias da Construção:
- Topografia e geologia dos solos;
- Sistemas estruturais – Projeto e cálculo (madeira, aço, concreto, fundações e outras);
- Materiais de construção – resistência, tipologia, características, usos e aplicações;
- Conforto ambiental de cidades, conjuntos arquitetônicos e edificações;
- Instalações e infra-estrutura das edificações – energia, água, esgotos / lixo, telefonia e dados;
- Saneamento ambiental de cidades e conjuntos arquitetônicos;
- Ecossistemas e biosistemas para a sustentabilidade da vida;
- Acessibilidade para as cidades e edificações – escadas, elevadores, rampas, escadas rolantes, esteiras, e outras;
- Trânsito e transportes – projeto, desenvolvimento e gestão;
- Técnicas de marcenaria, carpintaria e serralheria;
- Administração da produção aplicada à construção civil.
D) Conhecimentos sobre Projetos e Planejamento:
- Mobiliário e design de móveis e equipamentos urbanos;
- Ambientação, cenografia e decoração de ambientes;
- Arquitetura de interiores;
- Edificações simples e complexas de um pavimento ou mais;
- Hospitais, hotéis, apart-hoteis, conjuntos habitacionais;
- Instituições de saúde, de educação, e culturais;
- Conjuntos arquitetônicos e monumentos;
- Restauração de patrimônio arquitetônico e monumentos;
- Urbanos – bairros, zonas, regiões, cidades, etc.;
- Paisagismo – praças, parques, jardins e áreas verdes;
- planejamento e gestão de obras e de cidades.
E) Conhecimentos sobre a Prática Profissional:
- Ética, Legislação e Prática Profissional;
- Empreendedorismo para a construção civil;
- Economia e administração em empreendimentos e negócios da construção civil;
- Avaliações e perícias em arquitetura.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Poder

De tempos em tempos buscamos na lembrança grandes eventos, obras ou personalidades que marcaram a evolução da humanidade. No entanto, os fatos, as pessoas, as obras que marcam são as representantes dos extremos da humanidade, extremos de bem, ou bom, e extremos de mau, ou mal. Todos elegem fatos e personalidades em cada área da vida, destacando o marco destas. Neste artigo, porém, gostaria de destacar o mau e com esta busca aprender o caminho que não devemos seguir, ou em que devemos melhorar para prosseguir nossa caminhada rumo à evolução.
O objetivo disto não é valorizar os aspectos negativos da evolução humana, mas identificar o mau, aquilo que realmente impediu que nos aproximássemos da perfeição. Apesar de ter transcorrido séculos de caminhada rumo à evolução, alguns aspectos negativos de nossa existência permanecem. Ao identificar a fonte, ou essência deste “Mau” poderemos combatê-lo e, assim, chegar a um estágio verdadeiramente superior em nossa evolução.
O filme “Advogado do Diabo” teoriza as nossas fraquezas, apontando a vaidade como sendo o pecado dos pecados. Porém, temos certeza que todos os pecados da humanidade têm sua raiz no poder, inclusive a vaidade. O poder é a fonte de todos os pecados, é o freio da humanidade rumo ao progresso evolutivo. Em nome do poder se cometem as piores atrocidades, para se manter no poder o homem mente, rouba, prejudica o seu próximo, usa as pessoas, usa o sexo, usa o dinheiro, como instrumento de domínio e em seu nome vive a vaidade de ser o centro das atrações.
Segundo o pensamento socrático “as virtudes se identificam com a razão”. “O bem liberta o homem e move suas ação espiritual e completa”. Portanto, “razão e caráter são coisas inseparáveis”. “Ciência e virtude formam uma unidade indissociável”. No entanto, a nossa herança cristã, religiosa, criou a figura do “livre arbítrio”, um dom divino que permite ao homem escolher entre o bom e o mau. Talvez tenha sido inventado para justificar as inúmeras vezes que traímos a nossa razão e mesmo sabendo o que é certo e bom nós escolhemos os processos e ações erradas, optamos pelo mau.
A busca pelo poder e pela satisfação dos desejos individuais, acima de tudo e de todos, pela satisfação de nossas vaidades e de sermos o centro do universo humano, com a justificativa do “livre arbítrio” e a certeza do perdão dos pecados é que constituem o grande mau e continuamos a combater os mesmos erros do nosso passado.
É comum ao ser humano certo dualismo, uma eterna luta entre fazer o que é certo e fazer o que nos é conveniente, muitas vezes são coisas antagônicas. Sabemos que o homem é um ser complexo. Assim, o poder e seus instrumentos (sexo, dinheiro,...) são meios que o homem utiliza para atingir seus objetivos e prioridades, em geral totalmente voltados para a perspectiva individual.
No entanto, este poder, como instrumento, pode ser usado para realizações de grande valor e interesse social e pessoal. Através do poder podem-se modificar as relações econômicas e políticas e melhorar as relações sociais. Para tal, é importante desenvolvermos a consciência crítica e ética sobre tudo inclusive sobre nós mesmos. Precisamos entender que não se é poderoso, apenas se está no poder. É preciso se conhecer verdadeiramente o que é o correto e colocar o poder no seu devido lugar de instrumento perfeito para grandes realizações, para a evolução do homem e para a melhoria do conjunto da sociedade.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Estratégias Eleitorais Vencedoras

Para ser bem sucedido nas eleições, o candidato deve conhecer muito bem os eleitores, se possível lembrar do nome de cada liderança do interior, elogiá-los e bajulá-los. Deve procurar demonstrar espírito de generosidade oferecendo-lhes cargos na esfera pública (conhecidos como DAS) ou aparente prestigio com os “homens do Governo”, fazer propaganda de sua amizade com os poderosos do executivo, legislativo e judiciário. Deve ainda, levantar a esperança de seus lideres (ou “cabos Eleitorais”) que ao vencer todos serão “ajeitados” no governo, numa explícita política feudal clientelista.
É muito importante distribuir generosidade, demonstrar que suas posses estão a serviço do povo, principalmente das lideranças mais escondidas do interior, pois na capital as pessoas possuem maior instrução e acesso à informação tornando-as difícil de ludibriar com brindes e farras. Porém, talvez a renda privada do candidato não seja suficiente para atingir um grande número de lideranças e eleitores, mas seus amigos mais abastados podem ajudá-lo, bem como o uso do dinheiro público em festas e inaugurações que agradem à população mais humilde e ignorante. Ofereça grandes festas com muito barulho e movimentação em torno do nome do candidato. O candidato precisa estar na boca do povo, dizia um político das antigas “falem mal, mas falem de mim”. Garanta que os amigos, dentro e fora do governo, façam as mesmas práticas em benefício do nome do candidato, procurando atingir o maior número de eleitores em todo o Estado, o eleitorado específico de determinadas causas e os outros desconectados do mundo político ideológico, conhecidos como “alienados”.
Espalhe de todas as formas possíveis e imagináveis (boca a boca, mídia, propaganda paga, e outras) que o candidato fala bem, que os fiscais da fazenda e a classe média gostam dele, que os homens mais ricos, importantes e poderosos do Estado o estimam que os estudantes de todos os níveis se amontoam à sua volta para ouvir seus ensinamentos, que todos com que teve negócios saíram satisfeitos, e que as pessoas da capital e do interior apóiam sua candidatura. Faça com que o maior número possível de eleitores e lideranças (da capital e do interior) fale e pense que o candidato busca conquistar espaço no governo para resolver os problemas da população, principalmente a mais carente. Divulgue que multidões apóiam o candidato e sem nenhuma pressão declaram voto incondicional a ele. Demonstre que os eleitores do candidato são como uma torcida organizada pronta para apoiá-lo sob quaisquer circunstâncias, empunhando bandeiras e gritos com frases de ordem, num processo de intimidação e convencimento que misture medo e euforia, apelando sempre para a emoção irracional. Demonstre que a casa do candidato está sempre cheia de amigos, de pessoas de todas as classes e que as promessas do passado foram cumpridas, se não na sua totalidade em sua maior parte.
Durante a campanha devem ser levantadas contra seus adversários as suspeitas mais negativas possíveis e apropriadas à personalidade destes. Sempre que possível envolva-os em crimes, vícios e corrupção de todas as espécies, enfatizando a incapacidade, incompetência e desonestidade destes com as questões relativas à gestão pública. Lembre-se que este é o Estado do Piauí, o mais atrasado e pobre da Nação, habitado por um povo ignorante e, em maioria, alienado, que por décadas e décadas vem mantendo no poder o mesmo grupo de senhores feudal (sucedendo-se pai, filho, neto...) e suas práticas políticas que não nos levaram ao desenvolvimento.
Nossa política está povoada de partidos, lideranças e políticos forjados na falsidade, enganação, corrupção e vícios de todo tipo, assim, uma campanha deve estar atenta em relação a seus aliados, coligados e inimigos, pois nunca sabemos quem é quem neste jogo, cujas regras passam pela suspeita, a arrogância, o insulto, o olho gordo, a corrupção, o ódio, o poder pelo poder e a concentração deste nas mãos de poucos senhores feudal. O poder neste Estado pertence a poucos e o candidato não pode ser inimigo dos donos do poder (ou do dinheiro). Veja e aprenda com os vitoriosos políticos, aqueles que até mudam de partido, de ideologia, de bandeira ou mesmo mudam completamente a concepção de seus partidos para permanecer no poder e praticar o velho clientelismo de sempre.
É necessário, diante disto, muito bom senso, firmeza de caráter, personalidade e habilidade para que o candidato consiga evitar antagonismos, boatos e armadilhas, adaptando-se às regras sujas do jogo. Difícil mesmo é manter a integridade como ser humano e a preocupação com bem comum neste ambiente, porém isto não pode deter o candidato. O candidato tem que ter como meta fundamental chegar ao poder, assim ele pode mudar a sua realidade pessoal e de seus familiares e construir as bases financeiras para uma reeleição, fazer algo para livrar a população do atraso passa a ser uma inconseqüência do processo.
A eleição é um grande concurso público que avalia o carisma, a capacidade financeira / econômica e ausência de qualquer escrúpulo do candidato que, sendo vitorioso e sem caráter para estar sempre ao lado do poder, pode relaxar e ter a certeza de uma longa permanência no jogo. Estas são as estratégias que tornam as campanhas eleitorais vitoriosas em meio de uma população derrotada em suas esperanças por desenvolvimento e bem-estar. (Observação: este artigo tem inspiração e coloca a realidade dos nossos dias á semelhança do desenvolvido em texto do Senador Romano Cícero: 104 – 43 a.C., Notas sobre as eleições, Versículos 41, 50, 52 e 54, apud P. Mackendrik, The Roman mind at work, p. 178 – 9. Citado por Pedro Paulo Abreu Funari, em Roma, essa desconhecida, p. 26.)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A Aventura de Aprender a Arquitetar

Prof. Fritz Moura(*)

“Laciate Ogni Speranza, Voi Ch’entrate”, esta foi a frase que encontrei pichada em uma das paredes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, onde me graduei em Arquitetura. Certamente todos os estudantes que a freqüentaram a conhece bem, até mesmo a polêmica quanto a sua retirada, fato que ocorrera no final de 1995. Em princípio, não entendi (Latim não é do meu domínio lingüístico), mas logo todos sabiam o significado, corria de boca em boca. A famosa inscrição que Dante leu na porta do inferno tem como tradução: “Vós que entrais, deixai aqui toda a esperança”. A interpretação do significado de tal inscrição na Faculdade de Arquitetura nos permite inúmeras divagações filosóficas, desde a mais óbvia, como a comparação da faculdade com o inferno, até as mais complexas como a comparação entre a passiva posição de aluno do segundo grau e a postura de um universitário.
Após passar pela tortura da escolha da profissão, pelo vestibular, batalhar durante anos em busca do sonho de arquitetar, arquipensar, arquiaprender, arqui-realizar... E depois de tudo isto deparar com tal frase, era no mínimo revoltante. Em princípio preferi ignorar. Com a convivência e as investigações sobre os possíveis significados de tal frase, adicionado a minha vivência universitária, passei a gostar dela, pelo que me fez pensar sobre minha vida de universitário, a universidade em si, o convívio com os meus colegas e a distinção entre mestres e professores. Mas só fui capaz de compreender a dimensão e o significado de toda esta tumultuada investigação de mim mesmo quando li “Tudo que é sólido desmancha no ar”, de Marshall Berman.
Vou então reproduzir um pequeno trecho desse livro, trecho este que considero um resumo da idéia principal, e depois traçar um paralelo entre ele, a frase que abre este artigo e a aventura de aprender a arquitetar.

“Ser moderno é viver uma vida de paradoxo e contradição. É sentir-se fortalecido pelas imensas organizações burocráticas que detém o poder de controlar e freqüentemente destruir comunidades, valores, vidas; e ainda sentir-se compelido a enfrentar essas forças, a lutar para mudar o seu mundo transformando-o em nosso mundo”.
É ser ao mesmo tempo revolucionário e conservador: aberto a novas possibilidades de experiência e aventura, aterrorizado pelo abismo niilista ao qual tantas das aventuras modernas conduzem, na expectativa de criar e conservar algo real, ainda quando tudo em volta se desfaz. Dir-se-ia que para ser inteiramente moderno é preciso ser antimoderno...”
“... São todos movidos, ao mesmo tempo, pelo desejo de mudança – de auto transformação e de transformação do mundo em redor – e pelo terror da desorientação e da desintegração, o terror da vida que se desfaz em pedaços”.

Todos os que, como eu, enfrentaram o vestibular e uma universidade em constante caos, entende muito bem que ao entrar neste turbilhão de acontecimentos devem deixar para trás a esperança de uma convivência tranqüila, principalmente aqueles que realmente se importam em transformar a realidade vivida em algo melhor. A vida é, como diz o texto, uma constante luta para manter “imensas organizações burocráticas” como a universidade e, ao mesmo tempo, lutar para que esta se torne um verdadeiro templo do saber, do investigar cientifico, do florescimento cultural... É importante, para tal, deixar fora de nossos planos a esperança de realizar mudanças, em uma única geração de luta. A aventura de apreender a arquitetar não foi muito diferente desta luta, quando estava seguro de que conhecia tudo, vinha algo novo que desmanchava e me fazia reconstruir novamente.
O fascinante na vida é este constante reconstruir. Estamos sempre tentando segurar a vida, entre nossas mãos, como se sólida ela fosse, e esta se desfaz e escorre entre nossos dedos como água, e novamente enchemos as mãos com outro punhado de vida, e nunca desistimos. Não podemos desistir, pois esta é a essência de nossa existência. Arquitetura é planejar e construir um mundo novo e melhor a cada dia, esquecer preconceitos, ter como referência o regional, mas não o bairro, pois a essência da Arquitetura é universal, e o que realizamos é social, sem deixar de ser pessoal. Ao planejar uma cidade, não estamos realizando a nossa vontade, mas a de uma sociedade, o individualismo pode tornar-se um câncer que há de degenerar esta sociedade. É preciso ter bom senso de usar a boa medida de pessoalidade, universalidade e regionalismo, sem ficar preso a padrões. Agora depararmos com uma nova etapa: a vida profissional, o terror de não poder errar, a responsabilidade acima de tudo. Aquele punhado de vida de que falei anteriormente, com que enchemos as mãos, é, agora, um punhado de vida profissional. Temos a responsabilidade como guia, a ética e a qualidade como objetivo. Não sabemos tudo, mas temos uma vaga noção de nossa ignorância. Não podemos permitir que as ruas de nossas cidades se tornem tediosas com seus edifícios sem vivacidade formando uma paisagem igual e desumana. Enfim, temos que continuar a luta por um viver melhor, pela realização dos sonhos, pela transformação da mentalidade mercadológica que exige a mesma gaiola de concreto de sempre, pelo direito de todos a um lar confortável, por mais simples que seja.